Apesar de recuo na inadimplência, catarinenses enfrentam crescente crise financeira causada por dívidas e alta taxa de endividamento.
Mais de 70% das famílias de Santa Catarina têm dívidas, mesmo diante de queda recente na inadimplência.
Os dados vêm de um levantamento da Fecomércio SC, que identificou que o índice de inadimplência no estado ficou em 21,3% ao fim de março — a terceira queda consecutiva. Apesar disso, 70,2% das famílias continuam endividadas, demonstrando que a redução dos atrasos ainda não se converteu em alívio orçamentário significativo para a maioria. O nível de endividamento das famílias catarinenses segue entre os maiores das capitais brasileiras, conforme relatórios recentes sobre o endividamento em abril e endividamento em maio.
Como destaca Marcelo Pedroso, da XP, "[o endividamento excessivo das famílias](https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2025/05/26/endividamento.htm) é agravado pelo acesso fácil ao crédito e juros altos", quadro que pressiona o estresse financeiro. Santa Catarina exibe inadimplência historicamente mais baixa que outros estados, mas o crédito fácil muitas vezes ilude o consumidor, e a falta de educação financeira aprofunda o dilema. Essas disparidades regionais tornam o desafio ainda mais complexo para o controle do endividamento familiar.
Pontos adicionais:
- Houve melhora pontual, porém a maioria das famílias segue comprometendo parte relevante da renda familiar;
- Em todo o Brasil, o endividamento familiar alcança níveis altos e persistentes.
A maioria dos brasileiros opera no limite, sem reserva de emergência e gastando mais do que recebe, intensificando o endividamento das famílias.
Estudo da Anbima revela que 51% da população sofre estresse financeiro elevado. Entre eles, 59% não têm nenhuma poupança para imprevistos, enquanto cerca de 71% gastam acima do que ganham todo mês, agravando a precariedade econômica e aumentando a vulnerabilidade a novos choques. O resultado é o crescimento da taxa de endividamento, típico também de outros períodos como o endividamento em janeiro, reforçando a necessidade de atenção aos ajustes macroeconômicos das famílias.
Pedroso enfatiza: “O processo começa com a definição do montante necessário para garantir segurança financeira, construindo assim uma reserva que possibilite enfrentar eventuais imprevistos.” Falta de organização e disciplina são barreiras citadas por especialistas como as mais difíceis de superar para muitos lares brasileiros.
Destaques que acentuam o problema:
- O endividamento interfere na saúde mental e nas perspectivas familiares;
- A ausência de reserva de emergência expõe as famílias a riscos contínuos diante de imprevistos e aumentam o endividamento das famílias.
Educação financeira, planejamento e disciplina surgem como principais rotas para sair da crise do endividamento familiar.
As recomendações especialistas convergem para a necessidade de planejamento e autocontrole. A constituição de uma reserva de emergência é defendida como passo inicial; em paralelo, é fundamental mapear despesas, cortar excessos e adotar hábitos consistentes de monitoramento dos gastos. Tais estratégias ganham ainda mais relevância diante das recentes estatísticas de endividamento familiar e das disparidades regionais no Brasil.
Segundo especialistas, são medidas essenciais para reverter o quadro:
- Diagnosticar dívidas, começando pelas que têm maior taxa de juros;
- Negociar condições quando necessário;
- Estabelecer metas de médio e longo prazo para autonomia financeira.
Pedroso reforça: “Disciplina e organização são fundamentais para conquistar autonomia e estabilidade econômica, além de reduzir o risco do endividamento das famílias.”
Desafios e perspectivas frente ao endividamento familiar em Santa Catarina
Apesar da inadimplência ter registrado queda em Santa Catarina, o quadro de endividamento intenso mantém o orçamento das famílias sob pressão e prejudica seu bem-estar. O maior desafio se concentra na sustentabilidade financeira, na construção de ajustes macroeconômicos e na capacidade de reverter hábitos prejudiciais de consumo. Seguir pelo caminho do planejamento disciplinado e da educação financeira pode ser decisivo para os catarinenses superarem essa crise – e um aprendizado essencial para o Brasil inteiro que enfrenta o aumento da taxa de endividamento.
Até a próxima edição; É só o começo!
Leia Mais
- [Endividamento das famílias sobe para 77,6% em abril, diz CNC](https://www.cnnbrasil.com.br/economia/endividamento-das-familias-sobe-para-776-em-abril-diz-cnc/)
- [Disparidades regionais do endividamento familiar e os vieses comportamentais](https://blogdoibre.fgv.br/posts/disparidades-regionais-do-endividamento-familiar-e-os-vieses-comportamentais)
- [Finanças verdes no Brasil: perspectivas](https://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/BibliotecaDigital/BibDigitalLivros/TodosOsLivros/Financas-verdes-no-Brasil=perspectivas.pdf)
- [São Paulo registra queda no endividamento familiar em janeiro de 2025](https://www.poder360.com.br/poder-economia/sao-paulo-registra-queda-no-endividamento-familiar-em-janeiro-de-2025/)