Proposta impulsiona cortes de impostos, gastos militares e eleva tensão sobre a dívida pública americana.
Senado americano se aproxima de votação decisiva para pacote tributário Trump.
Após intensas negociações, senadores republicanos sinalizaram apoio à proposta de Donald Trump que mescla ampla redução de impostos com aumento nos gastos públicos. O avanço veio após consenso para ajustar pontos críticos do texto, como o financiamento de hospitais rurais e as deduções de tributos estaduais, aspectos essenciais do projeto de lei de impostos. "Estamos prontos para superar esse impasse processual ainda hoje", afirmaram lideranças republicanas ao final da sessão de sexta-feira.
O projeto, com 940 páginas, busca prorrogar cortes implementados em 2017—considerados o maior trunfo legislativo do mandato inicial de Trump—e inclui, ainda, medidas para fortalecer as Forças Armadas e a segurança de fronteira, além de novos estímulos ao [investimento](https://oglobo.globo.com/economia/noticia/2025/06/04/pacote-tributario-de-donald-trump-preve-regra-que-apavora-investidores-globais-entenda.ghtml) americano e externo.
Principais pontos:
- Prorrogação e ampliação dos cortes fiscais de 2017, com destaque para redução de impostos e alterações na lei de impostos;
- Investimento extra em militares e policiamento de fronteiras;
- Ajustes para beneficiar hospitais rurais e contribuintes de estados com maiores impostos locais.
Estimativas de impacto fiscal geram embate acirrado entre especialistas e partidos.
A proposta, já aprovada na Câmara no mês anterior, eleva significativamente a dívida pública americana, que atualmente se encontra em US$ 36,2 trilhões. Segundo o Comitê para um Orçamento Federal Responsável, o custo do pacote tributário pode chegar a US$ 4 trilhões em dez anos, considerando encargos com juros, e levando a preocupações sobre déficits crescentes. Analistas independentes calculam ao menos US$ 3 trilhões de acréscimo à dívida, enquanto o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO) ainda revisa o texto final do Senado.
O governo Trump argumenta que haverá redução do déficit anual em US$ 1,4 trilhão—cenário contestado por democratas. A oposição critica principalmente o foco nos mais ricos: "Os cortes tributários privilegiarão as camadas superiores, enquanto famílias de baixa renda terão menos proteção social", reagiu um porta-voz democrata.
Controle republicano no Legislativo acelera tramitação e acirra polarização.
Com as duas casas do Congresso sob liderança republicana, nenhuma prioridade legislativa de Trump foi barrada, reforçando o ritmo veloz das mudanças propostas. O cenário político revela um alinhamento quase absoluto da base com o presidente:
- Setores conservadores defendem o estímulo via cortes de impostos para reaquecer a economia;
- Setores progressistas alertam para riscos sociais, agravamento da desigualdade e impactos das tributações estrangeiras e remessas de capital associadas ao pacote tributário.
No contexto do ano eleitoral americano, a tramitação desta pauta funciona também como símbolo da força política de Trump junto às bases conservadoras e do risco fiscal avaliado por parte significativa do mercado e investidores, além de entidades independentes. Temas como tributação, lei de impostos e os potenciais déficits a longo prazo alimentam o debate público e preocupam segmentos distintos da sociedade.
Conclusão
O pacote tributário Trump, que costura cortes de impostos e aumentos de gastos estratégicos, coloca em destaque o profundo embate sobre qual é o melhor caminho para o futuro econômico dos EUA. Enquanto republicanos aceleram a votação aproveitando o controle no Congresso, o debate sobre dívida, déficits e equidade social permanece inflamado, e os impactos reais ainda serão medidos pelos próximos relatórios orçamentários e, principalmente, na reação da sociedade americana. Mudanças dessa magnitude reverberam muito além das planilhas: testam o pacto social da maior economia do mundo.
NOTICIAS REDNEWS 29/06/2025
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