BB Seguridade bate recorde, mas revisa projeções de seguros financeiros

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Rafael Antares

Lucro de R$ 2,2 bi empolga o mercado, mas retração dos prêmios acende alerta sobre desafios à frente em seguros financeiros e proteção financeira.

Lucro líquido da BB Seguridade cresce quase 20% e confirma expectativas do mercado de seguros financeiros. A BB Seguridade (BBSE3) encerrou o segundo trimestre de 2025 com lucro líquido de R$ 2,2 bilhões, desempenho 19,7% superior ao mesmo período do ano anterior. O resultado ficou em linha com as apostas dos analistas da Bloomberg e surpreendeu pela robustez diante de um cenário macroeconômico desafiador para o setor de seguros financeiros.

O ganho foi impulsionado, em grande medida, pelo forte resultado financeiro consolidado da holding, refletindo tanto uma administração eficiente dos recursos quanto a valorização dos investimentos aplicados pelas empresas do grupo, fator essencial na rentabilização de capital. “Mesmo diante de um cenário desafiador, marcado por ajustes regulatórios e volatilidade nos mercados, conseguimos ampliar nossa rentabilidade”, destacou André Haui, CEO da companhia.

  • O retorno sobre o patrimônio líquido ajustado (ROAE) atingiu cerca de 90%, índice incomum mesmo entre grandes seguradoras.
  • A empresa conseguiu manter sua posição de destaque no setor, mesmo com pressão de custos e contexto regulatório complexo, atuando como referência entre as seguradoras Brasil.

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Recuo na emissão de prêmios força revisão de guidance para 2025 nos planos de seguro.

Recuo na emissão de prêmios força revisão de guidance para 2025 nos planos de seguro. Apesar do salto nos lucros, o desempenho na emissão de prêmios — especialmente na subsidiária Brasilseguridade (Braseg) — foi preocupante, levando a companhia a revisar para baixo suas estimativas para 2025. No trimestre, os prêmios ficaram em R$ 3,7 bilhões, uma queda de 0,5% versus o mesmo período do ano anterior e de 7,6% frente ao trimestre anterior, afetando diretamente seguros de vida, seguro auto, seguro residencial e seguro moto.

O recuo foi puxado, sobretudo, pelos setores agrícola (-22,9%), que enfrentou menor volume vendido e prêmio médio reduzido, e de seguros prestamistas (-4,9%), penalizado pela queda nas vendas para PJ. Por outro lado, houve crescimento de 5,5% no segmento pessoa física, importante para mitigar resultados negativos em proteção financeira, seguro família e soluções seguro vida.

  • O guidance para crescimento dos prêmios emitidos passou da faixa de +2% a +7% para um recuo de até 4% ou expansão máxima de 1% para seguros médio prazo e seguros longo prazo.
  • Projeção para o resultado operacional ex-juros também foi reduzida: de +3% a +8% para +1% a +4%, impactando planos de seguro voltados a proteção desemprego involuntário e quitação dívidas.

Segmentos de previdência, capitalização e corretagem surpreendem positivamente no setor de proteção financeira.

Segmentos de previdência, capitalização e corretagem surpreendem positivamente no setor de proteção financeira. Enquanto os prêmios de seguros descarregaram pressão sobre o resultado global, as áreas de previdência, capitalização e corretagem mostraram fôlego. O lucro da Brasilprev (previdência) avançou 19,8%, favorecido pela redução dos custos do passivo atuarial, enquanto a Brasilcap (capitalização) cresceu 4,7%, impulsionada principalmente pelo sucesso do Ourocap 30 Anos, cuja arrecadação saltou 24,1%. Produtos como seguro de vida, seguro auto e seguro residencial se destacam entre os mais buscados pelos brasileiros.

No setor de corretagem, a BB Corretora viu avanço de 11,2% no lucro líquido, com destaque para o incremento de 54,3% no resultado financeiro local. Esse mosaico mostra que, embora haja desafios, a diversificação da companhia permanece sendo trunfo relevante para atravessar adversidades no contexto de soluções seguro vida e proteção situações imprevistas.

  • As reservas previdenciárias, entretanto, cresceram abaixo do guidance: subida de 9,8% frente a uma expectativa inicial de 12% a 16%.
  • Mudanças na presidência devem ser observadas: André Haui se despede do cargo; Delano Valentim de Andrade assume de 2025 a 2027.

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