Mesmo inelegível, ex-presidente reafirma apoio popular e mira forças dentro do Legislativo para influenciar o futuro político do Brasil.
Bolsonaro nega golpe e diz que Congresso é suficiente nas decisões estratégicas.
Durante ato na Avenida Paulista neste domingo (29), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi enfático ao descartar qualquer intenção de tentar um golpe para destituir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "[Nunca cogitei qualquer movimento antidemocrático](https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2025/06/7186985-bolsonaro-reforca-importancia-do-congresso-em-2026.html)", afirmou diante de apoiadores, enfatizando sua disposição em atuar politicamente pelos meios tradicionais. Apesar de estar inelegível até 2030 — o que o impede de disputar as eleições 2026 —, Bolsonaro entende que não precisa voltar à presidência caso consiga apoio majoritário no Congresso para liderar decisões estratégicas.
Em suas palavras, "[uma Câmara e um Senado equilibrados já mudam o Brasil](https://cnnbrasil.com.br/politica/bolsonaro-me-deem-50-da-camara-e-do-senado-que-mudo-destino-do-brasil/)." Bolsonaro reforçou a estratégia de fortalecer sua base parlamentar, deixando claro que “com 50% dos deputados e senadores alinhados às nossas pautas, o jogo político já muda”. Ele aproveitou para relembrar sua saída do país ao final de 2022, alegando que a verdadeira ameaça vem do uso político das Forças Armadas, não de lideranças opositoras de idade avançada.
- Bolsonaro critica instituições, mas evita nomes;
- Defende articulação parlamentar acima de cargos executivos;
- Reforça narrativa de vítima política, mas nega intenções golpistas.
Impeachment no STF ganha espaço no discurso, mas sem revanche nem foco em candidaturas.
No mesmo evento, [Bolsonaro](https://istoedinheiro.com.br/bolsonaro-diz-que-muda-destino-do-pais-se-derem-a-ele-50-da-camara-e-do-senado-em-2026) abordou a possibilidade de processos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo Senado, tema raro e controverso na política nacional. "Jamais seria por revanchismo, mas sim pelo bem do país", declarou, sem citar ministros específicos. Segundo ele, qualquer ação desse tipo judicializa-se apenas em cenários de desequilíbrio institucional, reforçando o argumento de que sua postura busca equilíbrio entre os Poderes e fortalecer a influência do Congresso.
O ex-presidente busca se manter relevante e influente mesmo fora do cargo, destacando sua posição como presidente de honra do Partido Liberal (PL), caso essa seja a vontade de Valdemar Costa Neto, atual comandante da legenda.
Outros pontos destacados por Bolsonaro:
- Críticas veladas ao STF, sem ataques frontais.
- Defesa da via parlamentar para eventuais mudanças constitucionais.
- Alinhamento com pautas de anistia e proteção de aliados políticos.
Anistia aos presos do 8 de janeiro volta ao debate no Congresso e define rumos da maioria parlamentar.
Em paralelo ao discurso de Bolsonaro, o dia foi marcado também pelo avanço de articulações no Legislativo para a votação de um projeto de anistia aos detidos pelo episódio de 8 de janeiro de 2023. Segundo Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara, “o texto está sendo amadurecido junto com Hugo Motta, presidente da Câmara, e Rodrigo Pacheco, presidente do Senado”. Essa proposta busca dar resposta à base bolsonarista, reafirmando a força do grupo dentro do Congresso e visando ampliar a maioria para as próximas eleições 2026.
O contexto revela:
- Tática de manter a mobilização política no Legislativo e influenciar decisões estratégicas;
- Tentativa de garantir coesão e proteção à base de apoio;
- Pressão para retomar a normalidade institucional e reduzir tensões entre os Poderes.
Conclusão
Bolsonaro reforça a estratégia de atuar como articulador no Congresso, descartando intenções golpistas e priorizando nova maioria parlamentar para influenciar o país e preparar o terreno para futuras candidaturas em eleições 2026. Ao mesmo tempo, mantém o debate sobre limites do STF e anistia a aliados, apostando no embate político-institucional através dos canais formais do Legislativo. O ex-presidente se projeta como líder de honra e busca maior protagonismo indireto no futuro do Brasil — sinalizando que, fora ou dentro do Planalto, seguirá no centro do jogo político e das decisões estratégicas.
NOTICIAS REDNEWS – 29/06/2025
Até a próxima edição; É só o começo!
Leia Mais
- [Ato com Bolsonaro mira frente ampla de direita e sela o tom político do seu duelo com STF](https://www.gazetadopovo.com.br/republica/ato-com-bolsonaro-mira-frente-ampla-de-direita-e-sela-o-tom-politico-do-seu-duelo-com-stf/)
- [Discurso completo de Bolsonaro na Avenida Paulista](https://www.youtube.com/watch?v=HOHLnZULtGQ)