Câmara dos Deputados acelera tramitação da Lei da Anistia para 8 de Janeiro

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Fátima Marques

Urgência aprovada coloca deputados diante de decisão polêmica sobre anistia política a envolvidos nos atos antidemocráticos.

Câmara aprova regime de urgência para a Lei da Anistia

A Câmara dos Deputados aprovou, em 18 de setembro, o requerimento de urgência para votar o projeto de lei da anistia aos detidos dos atos de 8 de janeiro, eliminando a tramitação por comissões.

A proposta foi colocada em pauta por Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, após crescente pressão política e movimentação relacionada ao projeto de lei anistia. "A aprovação acelera o debate sobre um dos temas mais polarizados do Congresso Nacional", afirmou Motta.

O placar registrou 311 votos favoráveis contra 163, com apoio decisivo de partidos do centrão e da oposição moderada, refletindo a aprovação urgência em torno da anistia 2023.

Com essa decisão, o projeto de lei anistia, conhecido também como PL da Anistia, pode ser levado diretamente ao plenário, onde todos os deputados votarão aberta e individualmente. No entanto, ainda não há data definida para essa votação e a tramitação de urgência segue sob acompanhamento dos parlamentares.

Pressão política e resistência no Senado desafiam avanço do projeto

Apesar do avanço simbólico na Câmara dos Deputados, o destino do projeto Crivella de anistia é incerto, especialmente no Senado, onde lideranças sinalizam resistências significativas à anistia política.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, manifestou que não pautará projetos que beneficiem diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro. Otto Alencar (PSD-BA), à frente da CCJ, acrescentou: "Não apoio uma anistia ampla e irrestrita. Defendo apenas revisões de penas para os condenados atos."

O texto do ex-presidente da Câmara, Rodrigo Pacheco, sugere agrupar os crimes de tentativa de golpe e de abolição violenta do Estado Democrático, o que pode reduzir penas e impactar a condenação no STF dos envolvidos.

Pontos-chave:

  • O projeto ganha prioridade por causa do regime de urgência, mas depende do calendário a ser definido por Hugo Motta.
  • A última Lei de Anistia expressiva no Brasil ocorreu em 1979, evidenciando o peso histórico do tema e dos debates sobre anistia eleitoral.
  • No Senado Federal, o ambiente é adverso para qualquer proposta de perdão irrestrito, havendo forte oposição anistia vindas de setores da sociedade e de parte da bancada.

O debate nacional e suas implicações históricas e sociais

O debate sobre o projeto de lei anistia e a Lei da Anistia toca questões sensíveis de memória, justiça e pacto democrático, promovendo uma atmosfera de polarização e mobilização social em meio aos ataques 8 janeiro e manifestações políticas.

O cenário remete ao último grande movimento de anistia do país, em 1979, usado como referência por muitos defensores do novo projeto Crivella. Críticos alegam que anistiar envolvidos em atos de ataque às instituições pode fragilizar o estado de direito e abrir precedentes arriscados, segundo especialistas consultados.

Por outro lado, setores da sociedade pedem revisão das penas para os condenados atos e denunciam excessos judiciais, além de argumentar que a motivação política esteve presente nas manifestações eleitorais e nos chamados atos golpistas.

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Fátima Marques