Senador dos EUA expõe o silencioso poder dos fabricantes de armas e da indústria bélica sobre as decisões de guerra – mesmo contra a vontade popular.
O senador Chris Murphy denuncia o abismo entre eleitores democratas e seus representantes na política militar dos EUA e a influência da indústria armamentista americana.
Em rara manifestação, Murphy explicou que a base democrata permanece majoritariamente contrária à ofensiva militar contra o Irã: 87% dos eleitores democratas reprovam os ataques, enquanto 56% da população geral também se manifesta contra. Ainda assim, o Congresso segue alinhado a interesses da indústria bélica e das empresas militares americanas.
Em entrevista à MSNBC, Murphy confirmou que há uma desconexão gritante: “O movimento antiguerra perdeu força após a era Bush, esvaziando-se nos governos Obama e Biden.” O senador atribui essa ruptura ao lobismo militar em Washington, que, segundo ele, lucra com cada novo conflito, movimentando o [complexo industrial-militar dos EUA](https://en.wikipedia.org/wiki/Arms_industry) e ampliando as vendas de armas das grandes companhias, como a [Lockheed Martin](https://investors.lockheedmartin.com/news-releases/news-release-details/boeing-and-lockheed-martin-complete-united-launch-alliance) e a [Boeing](https://www.lockheedmartin.com/en-us/index.html).
A 'indústria da guerra' determina estratégias mesmo ignorando o histórico de fracassos militares recentes — impulsionada pela indústria armamentista americana.
Murphy afirma que “há muita arrogância sobre o poder das ações militares, impulsionada por forças que ganham com a guerra, como empresas militares americanas e gigantes do setor como a Lockheed Martin e a Boeing.” O senador ressalta que a sociedade americana percebe como as promessas de sucesso militar frequentemente não se cumprem, exemplificando pelas intervenções no Vietnã, Iraque, Afeganistão e Iêmen, todas acompanhadas de instabilidade e retaliações inesperadas. Grandes conflitos globais, como os que ocorrem atualmente em Gaza, Ucrânia e Taiwan, também movimentam o mercado de armas global e aumentam o lucro com guerras das empresas do setor.
Pontos complementares:
- O público está cada vez mais ciente das consequências negativas geradas pelas soluções armadas, sobretudo quando justificadas em nome da indústria de defesa.
- A indústria bélica investe pesado para sustentar a narrativa de que “soluções militares são sempre viáveis”, alimentando o ciclo de aprovação política e, consequentemente, de lucros privados.
Conflitos recentes reforçam o caos e minam a legitimidade da política externa dos EUA, ampliando o debate sobre o papel da indústria de defesa e das vendas de armas.
Murphy pontua o agravamento da situação em regiões como a Síria – marcada por conflitos entre atores regionais e internacionais e pelo fortalecimento de ex-líderes de grupos extremistas – e a Líbia, que vive instabilidade desde a queda de Gaddafi, evidenciando os efeitos prolongados das intervenções impulsionadas, em parte, pelo interesse do complexo industrial-militar americano.
Informações adicionais:
- A guerra por procuração na Síria continua a ferir a estabilidade do Oriente Médio, dificultando o controle sobre as atividades do mercado de armas.
- A Líbia permanece fragmentada entre governos rivais devido à intervenção militar liderada pelos EUA e OTAN em 2011.
- O senador observa que apesar dessas tragédias, a pressão da indústria armamentista americana, aliada aos interesses das empresas militares americanas, sustenta práticas agressivas, mesmo sem respaldo popular.
Em síntese, um dilema central da democracia americana exposto pelo senador Chris Murphy.
O senador Chris Murphy expõe um dos dilemas centrais da democracia americana: a disparidade entre a opinião do eleitorado e o comportamento parlamentar em questões de guerra, influenciado diretamente pelo poderoso complexo industrial-militar dos EUA e pela indústria armamentista americana. O tema retorna ao centro do debate público, provocando questionamentos sobre o real poder de decisão dos representantes e os rumos da política externa dos EUA. Fica a reflexão: enquanto a indústria armamentista persistir, até onde vai a voz do povo?
NOTICIAS REDNEWS — 26/06/2025
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- [Indústria de defesa e avanços no mercado de armas global](https://www.globaltimes.cn/page/202308/1295637.shtml)