Demissão de Daniela Lima Agita Bastidores da GloboNews

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Fátima Marques

Saída da jornalista levanta debate sobre imparcialidade e mudanças editoriais no canal.

Daniela Lima foi demitida da GloboNews em um movimento atribuído à “renovação do quadro de profissionais” pela emissora, gerando reações intensas nas redes sociais e análises sobre seu posicionamento jornalístico. A jornalista, conhecida pela cobertura política incisiva, teve sua saída confirmada recentemente, em um episódio que ganhou repercussão imediata. O episódio ganhou mais força por ocorrer pouco após a demissão de Eliane Cantanhede, somando-se à percepção de mudanças relevantes no elenco do jornalismo da GloboNews.

O debate sobre a demissão ganhou destaque especialmente no Twitter, onde “Daniela Lima” e “demitida” figuraram entre os principais tópicos. O clima crescente de repercussão se deu em meio a críticas sobre o alegado viés da jornalista: "Daniela Lima, ela foi colocada muitas vezes assim como uma pessoa que torcia demais pelo governo", avaliou Júnior Masters.

Discussões sobre viés e cobertura política pautaram os comentários do vídeo

Entre as polêmicas rememoradas pelo apresentador destacam-se situações como a divulgação do chamado “kit Lula” e análises econômicas pós-eleição presidencial. Segundo ele: “Logo após a eleição de Lula, Daniela divulgou na CNN o famoso kit Lula como uma evidência de como o mercado reagiu bem ao novo governo. Um ano depois, todas essas ações derreteram.” Foram citados os papéis de empresas como Açaí, Renner e CVC, em referência a impactos negativos subsequentes.

Outro foco de controvérsia mencionado refere-se ao posicionamento público da jornalista em relação à PL das Fake News (PL 2630), especialmente ao alegar dificuldades para compartilhar opiniões nas redes sociais: “Twitter estava vetando seu conteúdo sobre as PL das fake news, pois não conseguia fazer um tweet sobre o assunto.” Daniela, no vídeo, identificou restrições na plataforma e relatou: “Olha, meu texto ele continua vetado. Vou tentar aqui diante do olho de vocês apertar aqui o tweetar, ó. Não foi.”

Além das questões técnicas, foram destacadas críticas à forma como Daniela Lima abordou a polêmica envolvendo interpretações de trechos bíblicos e sua relação com acusações de racismo ou homofobia. "Mas se você sair defendendo na rua, que esses trechos, ah, tão dizendo, você na rua pode ser pego por racismo, por homofobia e até também ser acusado de assédio ou tratamento misógeno", justificou-se, contextualizando sua análise referente à discussão da PL.

A repercussão aponta para possíveis mudanças de linha editorial e desafios de audiência enfrentados pela emissora

Júnior sugere que a saída de Daniela Lima e de outros nomes consagrados como Eliane Cantanhede e Mauro Paulino pode sinalizar ajustes estratégicos: “A GloboNews vinha sofrendo queda na audiência, queda também nos patrocinadores. Então imagina só a Globo tendo o maior comercial de publicidade do país, não conseguindo colocar patrocinador num programa da Globo News.” De acordo com nota oficial, as demissões fazem parte de um “movimento permanente de renovação do seu quadro de profissionais”.

O apresentador pontua que a isenção no jornalismo foi tema central das discussões internas e externas. “Você não pode torcer para um governo. Você não pode torcer para pessoas estarem na posição do governo… você não pode fazer com que pessoas norteiem o seu trabalho, tá? Essa é a grande questão”, reforçou.
Ele ainda pondera sobre possíveis consequências: “Pode vir algo pior, entendeu? Mas se vir algo pelo menos mais centrado e com menos torcida e mais jornalismo, acho que sim.”

A demissão de Daniela Lima marca uma mudança significativa no jornalismo da GloboNews, suscitando discussões sobre imparcialidade, linha editorial e estratégias para recuperar audiência e credibilidade. O episódio reflete um processo maior de renovação na emissora, sendo acompanhado de perto tanto por espectadores quanto pelo mercado.

Assista o vídeo completo:

Fátima Marques