Impeachment de Alexandre de Moraes Abala Senado e STF

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Leonardo Vanschawb

Confronto político avança após oposição Senado reunir assinaturas e desafiar postura de Alcolumbre sobre Supremo

Oposição alcança 41 assinaturas para impeachment de ministro do STF.

A oposição no Senado Federal anunciou, nesta quinta-feira (7 de agosto), que já reúne o apoio necessário de 41 senadores a favor do pedido de impeachment de Alexandre de Moraes, ministro do STF. Segundo o senador Rogério Marinho (PL-RN), a última adesão foi de Laércio Oliveira (PP-SE). Esse avanço veio após um intenso processo de articulação política e revela o grau de mobilização da oposição no Senado contra decisões recentes do Supremo Tribunal Federal.

“Conseguimos a maioria regimental exigida, agora a pressão é que o presidente Davi Alcolumbre deixe a pauta seguir”, declarou Marinho. Com isso, o bloco opositor encerrou a obstrução que vinha paralisando as atividades do Congresso Nacional desde 5 de agosto, liberando, ao menos temporariamente, a agenda legislativa.

  • O principal argumento da oposição é o alegado “abuso de poder” de Alexandre de Moraes, caracterizado como possível crime de responsabilidade do ministro.
  • O episódio que catalisou o movimento foi a imposição de prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

O pedido formal pode ser acompanhado por qualquer cidadão no portal do Senado, ampliando a transparência e a visibilidade ao procedimento de impeachment no STF.
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Presidente do Senado bloqueia tramitação de impeachment, inflando crise institucional

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Apesar de os opositores terem angariado o mínimo necessário de assinaturas, Davi Alcolumbre (União-AP) afirmou, segundo relatos de governistas, que não colocará o pedido de impeachment em votação no plenário do Senado. A posição de Alcolumbre exemplifica o poder concentrado na presidência da Casa: apenas ele pode aceitar ou barrar formalmente a tramitação de impeachment no Senado Federal.

“As regras para impeachment de ministro são claras. A decisão está com o presidente”, escreveu Nikolas Ferreira (PL-MG) em suas redes sociais. Sem a anuência de Alcolumbre, o pedido de impeachment de Alexandre de Moraes pode simplesmente não avançar, apesar da mobilização majoritária.

  • Mesmo que 80 senadores votem pelo impeachment, o presidente do Senado pode travar a matéria.
  • O estatuto interno só permite avanço caso o mandatário permita inclusão na ordem do dia.

Esse impasse revela uma fragilidade estrutural no sistema democrático brasileiro, onde a vontade da maioria parlamentar pode ser obstruída por prerrogativa regimental concentrada.
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Próximos passos: comissão especial e clima de acirramento

Próximos passos: comissão especial e clima de acirramento.

O processo de impeachment no STF prevê, caso acatado, a formação de uma comissão especial, apresentação de defesa pelo ministro e votação no plenário do Senado, exigindo maioria simples (41 votos) para seguir. A decisão final requer quórum qualificado de dois terços, isto é, 54 votos.

O debate sobre o impeachment de Alexandre de Moraes polariza ainda mais a cena política e evidencia divergências profundas quanto à atuação do STF. A movimentação ocorre em meio a outros episódios de tensionamento institucional e cobranças do Poder Legislativo por mais protagonismo diante do Judiciário.

  • A alegação central é o suposto abuso de poder do ministro, principalmente em decisões com impacto sobre figuras-chave da direita.
  • O processo pode servir de precedente para a relação entre poderes e ser analisado como rito para impeachment de ministro.

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