Israel Aprova Ocupação Completa da Cidade de Gaza

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Rafael Antares

Plano israelense força palestinos ao êxodo e desafia aliados internacionais.

Israel inicia ocupação total da Cidade de Gaza, implicando deslocamento compulsório em massa.

O governo de Israel aprovou um plano para ocupar completamente a Cidade de Gaza, movimento que obrigará a saída forçada de cerca de um milhão de palestinos para regiões centrais do enclave. O controle total, segundo o premiê Benjamin Netanyahu, visa "libertar o povo de Gaza do terror imposto pelo Hamas" e garantir "a segurança dos cidadãos israelenses". A decisão foi tomada após uma reunião do gabinete de segurança que durou quase dez horas.

A operação militar integra o plano de ocupação e prevê a evacuação da população até 7 de outubro, exatamente no segundo aniversário dos ataques do Hamas a Israel, evento que marcou o início do atual cenário de guerra. “Não desejamos administrar Gaza nem permanecer como governantes”, afirmou Netanyahu, sinalizando interesse apenas em criar um "perímetro de segurança".

  • Israel já controla 75% da Faixa de Gaza; a operação visa ocupar a totalidade do território.
  • Relatórios da ONU indicam que 87% do enclave está sob ordens de evacuação ou militarização.
  • O governo não detalhou ações humanitárias para os deslocados, agravando críticas e condenações internacionais.

Decisão israelense desafia recomendações militares internas e aliados históricos

Apesar de alertas do comandante do Exército, general Eyal Zamir, que defendeu cercos e operações pontuais para proteger reféns israelenses ainda mantidos pelo Hamas, o gabinete rejeitou a alternativa e optou pela ocupação total. “Poupar áreas críticas por temor de reféns pode comprometer nossa missão”, argumentaram ministros próximos a Netanyahu, reforçando a linha dura do governo.

A estratégia de tomada de controle foi recebida com forte reprovação de parceiros internacionais. A Alemanha, pela primeira vez em anos, anunciou a suspensão da venda de armas a Israel. Para o chanceler Friedrich Merz, “é cada vez mais difícil entender como esse plano militar trará segurança duradoura à região”.

  • Analistas sugerem expansão das operações para outros campos controlados por palestinos, caso o plano avance conforme previsto, o que pode resultar na retirada em massa de palestinos.
  • O cerco agrava a escassez de alimentos e bloqueia a ajuda humanitária, já crítica na populosa cidade.

Escale humanitária e diplomática cresce com avanço militar israelense

A decisão do governo israelita acentua o risco de agravamento da crise humanitária, já que milhares de palestinos enfrentarão deslocamento forçado sob condições extremas de precariedade. “A iniciativa representa uma escalada agressiva e pode equivaler à ocupação total”, destacou uma análise da Al Jazeera.

Pressionado internacionalmente, Israel justifica a ação como indispensável para derrotar o Hamas e liberar reféns, mas a rápida deterioração das condições civis eleva preocupações quanto a violações de direitos humanos. Organizações humanitárias alertam para o potencial de “colapso total” dos sistemas de saúde e abastecimento dentro do enclave cercado.

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Rafael Antares