MC Ryan SP é expulso de condomínio alto padrão em São Paulo

⏱️ Tempo de leitura: 4 minutos

Antônio Tubarão

Funkeiros enfrentam preconceito e expulsões em condomínios de elite, enquanto moradores relatam tensões e regras rigorosas.

A crescente saída de moradores de condomínios de luxo e tensões sociais entre grupos de diferentes perfis atingem Alphaville e outros bairros nobres da Grande São Paulo.

O tema foi debatido em detalhes em episódio do RedCast que abordou desde mudanças no perfil dos residentes até questões envolvendo preconceito e conflitos internos.

"O que eu vi que mais pessoas estavam saindo era do Arujá, não era por causa dos funkeiros", comenta Renan, do canal Gêmeos Investem, destacando que, apesar da percepção de invasão de funkeiros, o movimento de venda de casas ocorre por diferentes razões.

O debate indica que muitos milionários têm vendido propriedades, enquanto "os preços não caíram tanto assim".

Entre os relatos, uma história ganhou destaque: “Acho que o Ryan já falou que ele foi expulso, ele nunca mais pode entrar lá, porque... acabou praticando relações aí com uma mulher na rua.” Segundo depoimentos, a expulsão se deu após flagrarem um famoso funkeiro em uma situação íntima fora do carro.

As discussões ressaltam como a presença de celebridades, jogadores e funkeiros tem mudado a dinâmica social nesses ambientes tradicionalmente fechados.

“Aí o bagulho é louco, hein? Para morar aqui vai ter que ser alguém que tem os mesmos valores que as famílias que estão lá dentro”, relatam sobre a rígida aprovação de novos moradores.

Preconceito e regras internas acirradas

Preconceito e regras internas acirradas despontam como aspectos secundários do debate. O episódio ilustra situações como a entrada de jogadores profissionais de games em condomínios tradicionais, levando a atritos com a "galera old money".

Segundo relatos, “até a academia proibiram dos moradores que moravam lá de ir, porque as esposas dos caras mais velhos ficaram incomodadas”.

O preconceito transparece inclusive nas regras internas: “...para você conseguir comprar uma casa lá, tem um conselho dos moradores que tem que aprovar você dentro”.

Tal medida visa garantir que apenas residentes com valores alinhados ao perfil dos antigos moradores tenham acesso à comunidade, fortalecendo blindagem social.

O episódio narra também conflitos rotineiros envolvendo festas e barulho, onde permissividade varia conforme o status do morador: “Se o pessoal do game queria fazer barulho, iam em cima logo. Mas se o cara era de família rica, aí deixavam”.

Outros casos narrados incluem disputas e escândalos, como situações de infidelidade envolvendo funcionários e moradores, e processos trabalhistas, um deles resultando em indenização de R$ 50.000 a um porteiro.

Implicações para o mercado imobiliário e o perfil dos trabalhadores

Implicações para o mercado imobiliário e o perfil dos trabalhadores também foram destacadas, com análises sobre vacância crescente e mudanças estruturais.

Matheus, do Gêmeos Investem, reforça: “A vacância dos imóveis de laje corporativa lá em Alphaville tá bem alta. Tem muita empresa que tá saindo de lá”.

Entre os fatores para o êxodo empresarial estão dificuldades de acesso, falta de transporte público e a distância de centros comerciais.

“Alphaville não tem centro comercial igual São Paulo, tudo é longe e isso dificulta para os funcionários”, reforça Renan.

O debate também abordou estatísticas e percepções sobre o mercado: casos de residências de alto valor permanecendo à venda, como “uma casa que está à venda há dois anos por R$ 110 milhões”, e críticas à legislação trabalhista, à carga de impostos e às novas opções de trabalho informal, como delivery.

A insatisfação com o regime CLT e dificuldades para manter empregadores e empregados em padrões tradicionais refletem novas tendências de renda e estilo de vida.

“Eu prefiro trabalhar 12 horas no iFood, consigo ganhar mais”, relatou exemplo citado sobre a migração de trabalhadores.

Assista o trecho completo:

Compartilhe Esse Post
Antônio Tubarão