Romário Rebate Pressão por Impeachment de Moraes

Senador ignora ataques e reforça autonomia em meio à crise no Congresso.
Em nota divulgada em suas redes, o senador Romário (PL-RJ) reafirmou sua postura independente no debate sobre o processo de impeachment e o pedido de afastamento do ministro Alexandre de Moraes, do STF. A pressão veio após críticas incisivas de aliados de Bolsonaro e de setores conservadores, exigindo que parlamentares do PL se posicionem a favor do impeachment ministerial.
“Não devo nada a ninguém”, declarou Romário, ao explicar que prioriza seus projetos voltados ao estado do Rio de Janeiro, especialmente nas áreas de esporte, saúde, inclusão social e direitos das pessoas com deficiência. O senador destacou que sua atuação política não depende do endosso de grupos internos do partido ou de lideranças da direita.
- O contexto das cobranças revela um ambiente de tensão dentro do PL.
- O impeachment do ministro depende do respaldo de ao menos 54 senadores, cenário improvável diante da fragmentação atual no Senado em temas de julgamento político e impedimento ministerial.
Ala bolsonarista amplia críticas e desafia Romário
Jair Renan, vereador e filho do ex-presidente Bolsonaro, elevou o tom dos questionamentos ao desafiar publicamente Romário: “Você vai continuar dependendo do gol de 94 ou mostrará que sabe jogar pelo povo? O impeachment do Moraes é sua oportunidade para brilhar novamente”. Renan foi além, chamando os senadores do PL de “covardes” e alertando que “a omissão será lembrada”.
Paralelamente, o pastor Silas Malafaia também entrou na disputa discursiva, criticando Romário e o senador Ciro Nogueira (PP-PI) por, segundo ele, se esconderem do debate sobre destituição ministerial. Em vídeo, Malafaia afirmou sempre ter considerado Romário alguém “combativo e destemido para falar”, mas lamentou sua atual postura.
- As declarações ampliam a pressão público-política para que figuras de destaque assumam posições firmes no Senado sobre poder de impeachment e responsabilização ministerial.
- A polarização interna evidencia o novo grau de animosidade na arena política nacional e levanta debates sobre crimes de responsabilidade nas instâncias do processo político institucional brasileiro.
Romário opta pelo diálogo direto e modera o tom das respostas
O senador preferiu não entrar em rota de colisão aberta, salientando que valoriza o contato pessoal para resolver diferenças: “Prefiro olhar nos olhos do meu interlocutor”, explicou. Ele disse não usar as redes para “criar conflitos ou intrigas” e fez questão de agradecer “aqueles que confiam no meu trabalho”, demonstrando distanciamento das críticas.
Romário também lamentou a desconfiança de setores que antes endossavam sua atuação política e reforçou que segue focado em prioridades regionais e nacionais, sem se deixar envolver diretamente em acusação ministerial ou julgamento ministerial. Sua fala sugere cautela para evitar rupturas dentro do bloco político bolsonarista e proteger sua imagem de independência.
- A postura reflete a estratégia de evitar exposição excessiva em disputas polarizadas e acusações públicas relacionadas a misconduct ministerial.
- O episódio ilustra como disputas internas podem fragilizar alianças partidárias, especialmente em momentos de alta mobilização política que envolvem impeachment trial e debates sobre tribunais de impeachment.