Serjão dos Foguetes Revela por Que Recusa Novo Debate com Marcos Eberlin

Divisão entre ciência e interpretação literal da Bíblia alimenta impasse em discussões públicas.
Serjão explica abertamente por que decidiu não debater mais com Eberlin. Em uma conversa franca, o divulgador científico destacou que o principal motivo para evitar novos encontros é o uso recorrente de argumentos religiosos, especialmente a leitura literal da Bíblia, nas discussões. “Eu não vou mais em debate com esses caras, não dá, porque... falou da Bíblia, então tá show de bola, cara.” O episódio ocorreu durante um diálogo no canal RedCast, quando o tema das divergências entre ciência e religiosidade voltou à tona.
Serjão ressaltou sua postura: “Eu não quero convencer ninguém de absolutamente nada, cara.” O impacto dessa posição reflete uma tensão cada vez mais presente em debates públicos, especialmente quando crenças religiosas são colocadas como base para argumentos contra dados científicos.
A dificuldade do diálogo entre fé e ciência
Sérgio Sacani mencionou que em debates anteriores, o argumento religioso tomava conta da discussão: “Quando o cara tira a Bíblia, a Bíblia é um super trunfo, cara. Ah, não. Aqui, ó, tá escrito na Bíblia.” Para o divulgador, esse tipo de postura fecha a porta para uma conversa produtiva: “Que você quer que eu fale agora para você? Eu não po, cara, eu não posso falar.”
Entre os exemplos abordados, Serjão destacou diferenças de interpretação sobre passagens bíblicas e o contraste com dados concretos das ciências naturais, como a geologia e a biologia. Ele citou palestras do Rodrigo Silva e a reação de influenciadores como o Super Xandão, destacando o conflito entre interpretações literais e leituras históricas ou metafóricas da Bíblia.
- Divergência entre defensores do design inteligente: Serjão comentou ter conhecido pessoas desse campo que não compactuam com a ideia da "Terra jovem", e abordou diferentes vertentes na comunidade.
- Exemplo dos fósseis e das camadas geológicas: “Não tem como a Terra ter 6.000 anos, cara. Será que esses 6.000 anos é 6.000 anos mesmo? Será que não são eras?... Eu andei no subterrâneo de Napoli. Tem uma rocha lá, tufa, que tá lá datado 18.000 anos. Pronto. Como que você vai falar que que a Terra tem 6.000 anos?”
- Impossibilidade de debates convencendo o outro lado: “Agora tem coisas que a gente não consegue brigar. Geologia não tem como.”
Consequências da divisão nos debates públicos
Serjão ainda refletiu sobre as consequências dessa divisão nos debates públicos. Segundo ele, o uso de argumentos religiosos como "cartada final" impede avanços: “Eu queria que eles fossem estudar e queria que eles fossem no campo, fazer uma excursão, fazer um campo de geologia.” O divulgador enfatizou a complexidade da ciência e os desafios dos estudiosos, mencionando que há registros, como fósseis, que datam de bilhões de anos, em oposição direta à leitura literal da Bíblia.
Sacani também abordou perspectivas de outros personagens citados, como Iago Martins, que afirmou adotar uma “posição de alguém que está saindo do evolucionismo” e acredita que alguns eventos, como o surgimento da vida, seriam resultado de uma criação pronta e não de evolução natural. Além disso, exemplos como as décadas de pesquisas de Stephen Hawking e Marcelo Glazer foram usados para ilustrar como a ciência avança de forma contínua, mesmo sem respostas definitivas: “Às vezes a gente nunca chega numa conclusão.”